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Crato, 24 de outubro de 2023.
Hoje era dia de aula de judô. Ao em vez da uma hora e meia habitual seriam duas horas e meia. Eu decidi ficar por aqui tomando sorvete. Às vezes a gente tem que tomar esse tipo de decisão. Atualmente na minha equipe tem um pessoal tenso porque precisa arranjar dinheiro para pagar o exame de faixa sem ser preta ainda essa semana. Tem gente tensa porque quer arranjar dinheiro para viajar para lutar daqui a duas semanas. Outros estão preocupados com a competição de Kata em três semanas. Outros preocupados com o exame de faixa preta que eu não sei quando é, mas está próximo.
Eu não vou participar de nada disso. Como a faixa laranja tem carência de um ano, só posso fazer exame em junho. Não vai ter minha categoria nesse próximo campeonato. Não sei fazer kata nem um. E acima de tudo faltam no mínimo três anos e meio para um exame de faixa preta. Achei melhor ficar por aqui. Depois do dia de Finados, quando as aulas voltarem eu imagino que o clima vai estar mais tranquilo lá. E mesmo que não, eu vou estar mais motivado do que estava hoje.
Eu gostei muito do texto que escrevi ontem. Eu fiquei lendo e relendo. Porque durante parte do dia eu ainda estava com aquela sensação ruim que eu estava quando escrevi. Foi muito bom conseguir entregar algo em um dia que eu não estava bem. Antes se eu não estivesse bem não conseguiria escrever nada.
Aquelas duas artistas sobre quem eu escrevi estão no Kpop porque foi onde a oportunidade surgiu mas elas não demonstram apreço por essa cena musical em especial. Eu nunca saí do meu país mas já experimentei a sensação de ser visto como intruso em muitas situações da minha vida. As formas que elas encontram de expressar revolta e frustração me representa muito.
Um dia desses houve uma dinâmica em que uma membro do grupo fingia que era outra. E a Minnie foi sorteada para fingir que era a Cachorro. Ela aproveitou para meter a boca no trombone. Em dado momento imitando a Cachorro ela fez um discurso mais ou menos assim.
"A Coreia do Sul devia me agradecer por ter vindo para cá. Porque com meu talento eu poderia ter feito sucesso em qualquer lugar do mundo. Eu deveria ter ido para Califórnia onde eu seria uma estrela global ao em vez de regional."
Sensacional!
No meio dessa revolta contra Kpop que eu estava hoje terminei saindo do grupo sobre o assunto no WhatsApp. Não estava me acrescentando nada. Chato que eu precisei pagar o gás através do pix enquanto a porcaria do grupo era deletado. O entregador teve que ficar esperando. O pix só deu certo depois que o grupo terminou de ser deletado.
Como eu tinha dito antes eu passei parte do dia ainda triste mas antes de almoçar eu fui revisar e protocolar uma petição que eu já tinha preparado e enquanto o protocolo ficava pronto meu humor foi mudando. Eu gosto de advogar, mas o tipo de advogado que eu me tornei está completamente em baixa, ainda mais no interior do Ceará. Minha vocação sempre foi a guerra. Eu virei um conselheiro de guerra. Minha especialidade é ajudar um empresário a falir um empresário rival. Pode parecer um trabalho sujo e é. Mas é o que eu sei fazer de melhor. No momento não tem praticamente trabalho para mim, os empresários estão todos quebrando sem necessidade de meus conselhos. Principalmente aqueles que poderiam ser meus clientes estão quebrados também. Ai tá osso! O judô surgiu como algo ligado a minha vocação e é onde tenho colocado minhas fichas. Como expliquei não vi sentido em ir para a aula hoje mas retornarei com tudo depois do dia de finados. Quero abrir minha academia. Estou colocando muito esforço nisso. E não pretendo quebrar as outras academias. Judô é diferente. Você precisa de outras academias para ter quem enfrentar nas lutas. O princípio de quebrar os outros é substituído pela prosperidade mútua, essência do judô.
Depois que meu humor melhorou eu pude me dedicar ao meu trabalho de escritor. Uma das grandes inspirações para meu estilo de escrita é o Drácula de Bram Stoker. Esse livro é muito falado. A ideia de contar uma história através de diários e cartas é normalmente explicada tendo esse livro como exemplo. Eu decidi escrever livros seguindo a ideia dele, mas em vez de cartas e diários típicos do século XIX que foi a época que ele viveu, minha ideia foi escrever um livro ou vários juntando conversas de chat, e-mails e blogs. Um dos meus primeiros textos de blog que eu escrevi foi interpretando um personagem que estava escrevendo para um blog para colocar neste meu livro. Espero terminar ainda esse ano. Mesmo que em formato conto.
Mas hoje eu decidi fazer algo que ainda não tinha feito, peguei o bendito do livro para ler. Apesar de ser uma das minhas maiores inspirações, eu trabalhava apenas com a ideia que eu peguei em material de apoio falando do livro, nunca tinha pegado o livro em si para ler. No pouco que li achei interessantíssimo. O livro é realmente um romance, não só no sentido de ser uma prosa de um tamanho extenso mas no sentido de girar em torno de relacionamentos amorosos. Isso no tempo em que ainda não tinham inventado o namoro.
Pois é, a gente tem a mania de achar que as coisas que existem hoje sempre existiram, mas não é bem assim. O namoro surgiu durante a primeira guerra mundial, entre 1914 e 1917. O livro Drácula é de 1897. Nessa época os homens não pediam as mulheres em namoro, pediam em casamento. As mulheres não pediam nada só ficavam esperando os pedidos dos homens. Também é interessante notar que os homens não sabiam cozinhar, era uma tarefa feminina. E as mulheres já cozinhavam para os homens antes de casar, uma maneira de ir fazendo propaganda. Que tosqueira meu Deus do Céu! Ainda bem que a humanidade evolui.
Até.
Pix, Paypal e e-mail: diegosergioadv@gmail.com
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