20250703

        Crato, 29 de junho de 2025. (domingo)




O robô vermelho da espada com luz no lugar da lâmina.




Frio.




Hoje foi o dia mais frio do ano aqui em casa. Foi 17 °C com chuva. Mas o Google mostra 19 °C sem chuva. A Funceme anotou que houve chuva, mas não mediu os milímetros. Mas o que importa realmente disso? Estou com a garganta doendo e espirrando. Não parece grave. Mas em tempo de exame de faixa é preocupante.




Me ajude a construir minha sala de aula neste imóvel frio que me pertence, e que por isso eu preciso pagar o IPTU.




Pix: diegosergioadv@gmail.com




Cotidiano.




Esse fim de semana foi a festa de São Pedro e São Paulo. Fui à missa ontem para hoje poder assistir à Fórmula 1 e ao jogo do time de Munique.

Apesar do frio, de um pouco de dor e dos espirros, treinei para o exame de faixa. E consegui finalizar o Street Fighter, então não estou tão mal.

Em 2023 eu fiz o exame de faixa doente. Em 2024 eu estava bem no dia do exame prático final, mas tive doenças e uma contusão mais ou menos grave nas semanas anteriores. Este ano está difícil de novo. Estou fazendo meu melhor.




Crato, 1º de julho de 2025 (terça)




Depois que eu escrevi essas linhas eu piorei da rinite alérgica. Mas agora já estou melhor.




Fórmula 1




Domingo, o brasileiro Bortoleto fez pontos pela primeira vez na vida, chegando em oitavo. O mais curioso: nas últimas voltas ele ficou apertando o Alonso, que vinha em sétimo. Alonso, além de piloto, é empresário do Bortoleto. Foi o primeiro a abraçar o brasileiro antes mesmo de ele sair do carro.

Alonso foi um dos motivos que me fizeram parar de acompanhar Fórmula 1 em 2014, mas agora conseguiu botar um brasileiro na Fórmula 1. Um sujeito controverso, mas que tem sido importante para a Fórmula 1 nos últimos anos.




Futebol




O time de Munique ganhou do time brasileiro por 4 a 2. Foi um jogo muito bom. Destaque para Harry Kane, um dos grandes jogadores ingleses que está jogando pelo time alemão desde a metade do ano passado.




Exame de Faixa Roxa de Judô




Sem novidades. Ainda estou nessa luta e sem um prazo certo para terminar.




Crato, 2 de julho de 2025 (quarta)




Hoje fui à missa. Consegui passar o dia mais tranquilo do que tinha estado ultimamente. Me lembrei que só controlo meu esforço, não o resultado.




Crato, 3 de julho de 2025 (quinta)




Hoje, no comecinho da quinta-feira, nem sei que horas era, mas passava da meia-noite, eu tive um momento catártico. Foi quando eu derrotei o Magma Dragoon no Megaman X4. Eu já tinha derrotado esse personagem há vinte e quatro anos. Mas na época eu não sabia ler inglês. Ele, antes de explodir, falava algo e eu não sabia o que era. Mas hoje eu sei ler, e li, e isso tanto me lembrou de muita coisa como me fez perceber uma poderosa mensagem deixada nesse software tão importante. Que eu conheci em 2001, mas é de 1997.

Antes de 2001 eu já conhecia o personagem Megaman. Do desenho do SBT, de ver o povo jogando nas locadoras. E já tinha ouvido o povo falando do Megaman X. O Megaman do futuro. E eu pensava: o futuro de um personagem merda. Tanto o traço, inspirado em um artista que até hoje eu não gosto do traço. Osamu Tezuka. Até hoje não consigo ler nada desse homem. Mas é um autor muito importante.

O tal do Megaman atira com um canhão que aparece no lugar da mão. Eu percebia nisso uma mensagem vazia de pacifismo. Tipo: “Ele não pega em armas, ele sacrifica a mão para atirar em caso de necessidade.” Patético!

Mas lá em 2001, na casa do meu amigo Professor Xavier, que não era professor ainda, vi um jogo com um robô vermelho e uma espada com luz no lugar da lâmina. Esse personagem sim falou comigo. Joguei um pouco lá, mas era muito difícil controlar o robô vermelho.

Lá tinha um joystick que o direcional não funcionava. Aí eu jogava com uma mão no joystick e a outra nas setinhas do teclado. Mas controlar aquele espadachim assim não dava. Nos primeiros dias a gente derrotou o chefe da fase da moto.

Mas depois chegou o Satanás. Na verdade, chegou o colega playboy da gente que disse: “Esse jogo? Fácil demais.” E venceu todos os chefes em menos de uma hora.

Não tem nada de fácil. Mas era a mentalidade burra de passar horas se dedicando a algo para depois zombar dos colegas dizendo que era fácil. 

Não tinha mais ambiente para jogar esse software lá. Depois que chega alguém para dizer que é fácil, tira um pouco da graça naquele ambiente. Mas eu não me rendi. Saí perguntando em todas as locadoras de Playstation da cidade se eles emprestavam Memory Card. Era um dispositivo que fazia você salvar o jogo e continuar depois. Na casa do colega o jogo estava em Windows PC, nas locadoras estava no Sony Playstation. Mas na verdade ele foi pensado para o Sega Saturno.

Achei uma locadora que emprestava Memory Card a duzentos metros da minha casa. Moro no mesmo lugar desde um ano de idade. Não dava para jogar com o espadachim com o pouco dinheiro que eu tinha. Tive que jogar com a outra opção. A droga do robô azul, cuja mão vira um canhão. Porque é muito mais fácil de manusear que o espadachim.

Venci os oito chefes das oito fases de escolher. E venci um gigante que soltava as mãos. Mas aí algum moleque vagabundo apagou o save do Memory Card.

Eu desisti de jogar no Sony Playstation. Procurei uma locadora de Super Nintendo e fui jogar a primeira versão do jogo. Onde só tem o robô azul para você jogar. O robô vermelho é só um personagem não jogável que lhe apoia. Eu joguei essa versão porque não precisava de Memory Card. Havia jogos que usavam essa tecnologia — o cartucho funcionava como cartão de memória —, mas o Megaman X era por password. Quando você terminava de jogar, anotava um código numérico para depois continuar de onde parou.

Quando chegaram os emuladores de Super Nintendo, eu joguei um pouco nos PCs com Windows ou Linux. Um dia finalizei abusando dos saves em qualquer lugar que o emulador possibilita. E larguei o jogo por não sei quantos anos.

Passado muito tempo, quando eu já estava treinando judô e estava machucado ou doente, tinha entendido que uchikomi era um conceito que não era só do judô, era da cultura japonesa. Repetir para se aprimorar. Eu traduzo como golpe compenetrado. Procurei um software que me ajudasse a treinar mentalmente. Cheguei à conclusão que o Megaman X4 era o software ideal. Mas me danei de tentar e não consegui instalar. A Sony tem uma proteção jurídica que eu não consegui quebrar.

Aí fui para o quebra-galho das antigas. Megaman X do Super Nintendo.

Me ajudou bastante. Mas o exemplo mais contundente de como ele pode funcionar como aquecimento mental foi um dia que eu estava sem lutar há mais de vinte dias, por causa de doenças e machucados. Aí joguei o Megaman X antes de ir para a aula.

 Chegando na academia, tive a oportunidade de lutar contra um colega maior que eu. Na época minha academia tinha colegas maiores que eu, hoje infelizmente eles já se evadiram.

Mas eu lutei contra um colega maior, mais pesado, mais forte, mais jovem e mais experiente que eu. E eu lembrei do aquecimento do Megaman X para entrar no foco, e acertei um ippon limpo.

Isso faz parte do treino, não tem nada de tão extraordinário, mas o importante que estou contando aqui é como o joguinho foi usado para um propósito talvez um pouco diferente do uso mais comum. Que é treinar escondido para depois humilhar os coleguinhas dizendo que é fácil e deixar eles tristes.

Em 10 de fevereiro deste ano, quando eu estava prestes a viajar para lutar em Fortaleza, mas ainda nem tinha o dinheiro todo e achava que minha colega Vitória não ia conseguir ir, eu me peguei pesquisando na internet sobre o hadouken.

Essa é uma das técnicas de videogame mais icônicas que existem. Ela está ligada principalmente a um personagem chamado Ryu, do jogo Street Fighter, da Capcom. Capcom também é a empresa de Megaman.

Capcom é uma empresa de merda como outras tantas empresas de merda que existem para explorar seus empregados e clientes. Se vocês achavam que eu ia romantizar essa marca infeliz, não é bem o caso. Mas a questão é: mesmo que os empregados sejam pagos para entregar um trabalho ruim só pensando em explorar os clientes, os viciando e os fazendo desperdiçar tempo e dinheiro, os trabalhadores dessas empresas às vezes conseguem passar mensagens positivas mesmo contra a vontade de seus patrões. E Megaman X4 é um caso desses.

Mas então, como eu já contei aqui, mas preciso contar de novo: dia 10 de fevereiro, pesquisando o hadouken — por causa do Megaman que solta hadouken no jogo Megaman X, mesmo sendo a técnica do Ryu que é de outro jogo, da mesma empresa — eu terminei me lembrando de uma personagem chamada Sakura Kasugano, que eu tinha visto, mas nunca tinha jogado com. A fã do Ryu que aprendeu a soltar hadouken também. Aí fui olhar para quais plataformas ela tinha saído, porque ela me chamou atenção já na primeira vez que ouvi falar. Eu descobri que ela tinha saído para Super Nintendo. Imediatamente eu comecei a jogar e imediatamente o jogo em que ela saiu, Street Fighter Alpha 2, virou meu jogo favorito da vida, e principal aquecimento mental. Mais que o Megaman X.

Por causa da Sakura, eu fiz um esforço e instalei o Sony Playstation. Eu tinha ela no Super Nintendo, mas queria a versão do Sony Playstation também.

Mas já que tinha conseguido instalar o Street Fighter Alpha 2, instalei o Megaman X4 também. Joguei de novo esse jogo depois de vinte e quatro anos.

Eu criei todo um sistema pedagógico para dar mais significado e peso a esses títulos, chamado Meu Fliperama. Fato é que derrotar o Magma Dragoon, que é um inimigo que solta hadouken, não foi fácil. Levou vários meses. Porque eu tenho que ter fichas para jogar. Fichas que eu mesmo me dou. E tenho que jogar só depois de já ter jogado o Street Fighter. E outras regras. Mas com todas essas regras, hoje, pouco depois da meia-noite, eu derrotei o Magma Dragoon e li a fala final dele em inglês.

Dragoon explica que traiu a humanidade porque “Ele”  lhe ofereceu “poder” em troca disso e ele não pôde recusar. O “poder” no caso é o hadouken. Ele traiu a humanidade para poder soltar hadouken. Essa mensagem é tão potente. Isso é o tipo de coisa que os vagabundos que comandam a Capcom não deixariam seus empregados escrever se tivessem a capacidade de entender.

Eu entendi muita coisa em muito pouco tempo. Toda essa história que escrevi aqui me veio à mente. E eu entendi pelo menos parte da mensagem que aquele trabalhador que criou o Megaman e o espadachim quis passar. Ele largou o emprego depois de fazer Megaman X4. Isso é tão importante. Como aquele homem aguentou anos e anos em um emprego de merda para poder passar uma pequena mensagem no último software que fez para a tal empresa. Eu entendi tantas coisas. Mas não sei se vocês entenderam algo, mas eu precisava compartilhar.




Até.









diegosergioadv@gmail.com

Tenho aulas de Judô na Ikigai Dojô em Crato, Ceará e sou atualmente 3º kyu (faixa verde). 
Começo a cursar Educação Física na Urca em Agosto.
        Saiu uma data de luta para mim, 4 de outubro. 
        Estou planejando um projeto de judô inclusivo chamado Judô no Escuro. Pretendo ir contando mais com o passar do tempo. 


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