20241220
Crato, 16 de dezembro de 2024. (segunda)
Estou melhorando do resfriado.
A gata Lua está pior.
Crato, 17 de dezembro de 2024 (terça)
Voltei a lutar começando em pé depois de quase dois meses, mas ainda estou um pouco resfriado.
Crato, 19 de dezembro de 2024 (quinta)
Hoje foi a última aula de judô do ano. Foram jogar um futebol americano com luta de solo. Uma mulher machucou o braço e eu fiquei lá 45 minutos a mais para ajudar a colocar ela na ambulância.
Crato, 20 de dezembro de 2024 (sexta)
Hoje foi meio que meu primeiro dia de férias das aulas de judô. Segunda-feira tem uma comemoração e entrega de certificados, mas a última aula convencional foi ontem.
Tenho estado mais produtivo em informática do que estive desde o começo da guerra na Ucrânia. Antes da guerra eu estava com dois computadores de mesa para fazer experimentos. Mas o preço da eletricidade subiu e subiu. Terminei abandonando minhas duas CPUs e mudando para um notebook, que gasta bem menos eletricidade.
Mas nos últimos dias me envolvi em projetos criativos, ou mais precisamente retomei os projetos que tinha abandonado quando a guerra começou.
Um dos grandes motivos disso foi a extração do siso. Os vários dias deitado me fizeram pensar muito em acessibilidade. Eu fiquei pensando como um computador que eu pudesse usar na rede teria sido útil. Esse pensamento me levou a outros e outros.
Minha gata Lua está chorando. A vontade é chorar junto. Parece que ela está sentindo um grande incômodo o tempo todo, mas só de vez enquanto ela extravasa e chora. Hoje fui buscar o exame de sangue dela. Olhei e mesmo sem ajuda do Chat ou da internet percebi as características clássicas de leucemia, uma grande quantidade de glóbulos brancos e pouquíssimas plaquetas.
A mulher da recepção que me entregou o resultado perguntou se eu queria mostrar ao médico, mas eu disse que não. A ideia é tirar outro exame daqui a três meses e comparar para ver como o quadro evoluiu. Um exame só não mostra nada que já não soubéssemos.
Continuando a questão da informática. Na rede e sem poder acessar o computador eu fiquei conjecturando sobre o assunto e iniciando projetos de acessibilidade, mas na última quarta e quinta-feira as ideias se aceleraram por dois motivos. Começando pela quarta.
Os remédios que a médica tinha passado para Lua, particularmente os comprimidos que foram uma desgraça para administrar tinham acabado e eu tinha que voltar lá com ela. Na Unidade de Pronto Atendimento Animal. UPAA. Acho que é assim a sigla.
Chegando lá coloquei a gaiola no chão e comecei a dormir sentado, do meu lado eu vi que tinha um homem dormindo também mas não prestei muita atenção. Em um momento que os funcionários fizeram muito barulho terminamos despertando e eu percebi que era um amigo meu do tempo do ensino médio que hoje é bombeiro militar.
Ele estava acompanhando a esposa de um amigo nosso e o cachorro desse mesmo amigo que ia ser castrado. Entre as idas e vindas lá, por triagens, atendimentos e exames conversamos. Eu venho jogando RPG sozinho com ajuda do Chat Não Sei o que PT, não contei isso para ele, ia ser muito confuso de explicar, mas perguntei se ele estava jogando algo. Ele respondeu que estava jogando D&D 3.5, Vampiro a Máscara e DCC RPG. Mostrou foto dos quatro parceiros de mesa. Contou que eles tem uma impressora 3d para imprimir miniaturas.
No meu jogo solo eu estou numa sala com uma piscina cheia de cristais. Eu controlo tudo. Tanto o ambiente, quantos os inimigos, quanto os aventureiros que estão nessa sala. Mas os dados fazem as coisas saírem do meu controle. Diferente de um jogo de vídeo game esse jogo é muito imprevisível. Em um jogo normal com várias pessoas há um esforço grande de cooperação, mas como controlo tudo não me importo tanto e termina havendo confrontos entre os personagens. Uma coisa simples vira um grande dilema.
Aí eu perguntei ao meu amigo se ele tinha chegado numa piscina cheia de cristais. Ele respondeu que sim. Perguntei se tinha pego os cristais e ele disse que todos! Eu perguntei quanto eram todos e ele respondeu. Cem! Aí eu parei esse assunto mas achei estranho. Eu ainda não sei quantos cristais têm na piscina em que estou jogando, mas são no mínimo dois mil.
Ele também me contou das dificuldades operacionais pelas quais vem passando no trabalho e desde então fiquei pensando em maneiras de melhorar a eficiência do nosso Corpo de Bombeiros Militar. Isso quarta.
Ontem teve outro caso relacionado, mas dessa vez com o Samu. Como escrevi ontem, uma colega sofreu um acidente. E hoje eu fiquei conjecturando formas de aumentar a segurança em atividades esportivas, e aumentar a eficiência de equipes de bombeiros, policiais e socorristas. Nisso eu voltei a usar programas para gerar e ler planilhas, algo que eu não fazia há muitos anos.
Usar CPUs de mesa para experimentos como eu estava fazendo antes da eletricidade subir de preço está fora de questão, mas estou planejando fazer experimentos com CPUs bem menores e mais econômicas.
Não sei se vocês já perceberam me lendo, mas eu odeio telas sensíveis ao toque. Percebo que foram criações do Satanás, (Steve Jobs), para nos escravizar.
Quantas pessoas já morreram por culpa dessas malditas. E o grande problema dos bombeiros que meu amigo está passando passa por elas. A principal comunicação entre a base e os bombeiros em campo está sendo o Whatsapp. Era de se esperar que fosse o rádio, mas o pessoal está acostumado a fazer tudo por tela sensível ao toque. Imaginem a palhaçada. Um bombeiro usando luvas, no meio de um incêndio e usando Whatsapp para se comunicar. Essas desgraças precisam sair de nossas vidas, mas não sei se canetada é a solução. Estão lançando uma lei para tirar os celulares do ambiente escolar, mas não acho uma boa ideia. Essas porcarias precisam se acabar ao serem substituídas por computadores portáteis mais robustos, que funcionem por botões, comando de voz e em algumas circunstâncias automaticamente. Um bombeiro no incêndio devia estar apto a mandar e-mails com resumos de sua situação apenas falando. Mesmo com as mãos ocupadas. Saber que eles estão com sua operacionalidade limitada por causa da moda das telas sensíveis ao toque me revolta.
Eu perguntei ao Chat Não Sei o que PT qual era o principal meio de comunicação na guerra atualmente e ele respondeu que era o Telegram. Nessa hora eu me esforcei para não surtar. Em plena guerra o povo fica arrastando pra cima, procurando coisas importantes naqueles malditos grupos do Telegram. Sendo que a busca do Gmail é infinitamente superior. Só que a busca do G-mail é otimizada para ser usada através de botões, ou comandos de voz. E os botões e os comandos de voz não são o que está na moda. Na moda está a tela sensível ao toque. Não era para haver telas sensíveis ao toque numa trincheira, nem em operações de combate a incêndio e salvamento, nem nas salas de aula, nem em nada sério. Pelo amor de Deus! Vamos reaprender a usar teclas. Estou aqui no escuro digitando. Não preciso olhar para as letras para digitar, ninguém precisa. Digitar olhando para as teclas porque elas estão em uma tela ao em vez de num teclado analógico é abrir mão de grande parte da sua produtividade.
Mas enfim. Fiz meu desabafo e destilei meu ódio contra as telas sensíveis ao toque porque aqui é o lugar onde eu faço isso. Eu sei que vocês vão continuar aí arrastando pra cima e com a cabeça baixa olhando para tela enquanto fazem isso. Eu sei que operar coisas com teclado em um lugar e tela em outro lugar é um comportamento fora de moda.
A moda agora é viver olhando para as próprias mãos, paciência.
Eu também tenho militado em uma campanha na internet. "Não olhe o celular de sua mulher, isso lhe deixa paranoico e não lhe impede de ser corno."
Até.
Meu plano é ensinar sobre esporte e guerra através do xadrez e do judô.
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